A redução de custos das baterias combinada com o valor e a estrutura das tarifas de energia deve viabilizar a instalação de sistemas de armazenamento em residências brasileiras nos próximos três a cinco anos. A análise é do sócio da Sun Mobi Guilherme Susteras, em artigo publicado no Valor Econômico.

O executivo avalia que, uma vez alcançada a viabilidade econômica, o principal desafio para o desenvolvimento desse mercado no país é a regulação. “É fundamental que as regras protejam o novo mercado de atitudes anticompetitivas de abuso de posição dominante pelas distribuidoras de energia”, escreveu.

“Uma regulação adequada poderá viabilizar a inovação dos modelos de negócio de armazenamento, acelerando a adoção dessa tecnologia pelos consumidores”, destacou Susteras. Ele aponta que a tecnologia facilitará o equilíbrio entre geração e consumo de eletricidade.

Susteras destaca que muitas tentativas regulatórias têm sido testadas no mundo para estimular mudanças de hábitos de consumo, de forma que atividades intensivas de energia sejam mais concentradas em horários em que os preços sejam inferiores. “No Brasil, há dois exemplos nesse sentido, cujos efeitos deixaram a desejar: as bandeiras tarifárias e a tarifa branca.”

As bandeiras deveriam indicar os meses em que a energia é mais escassa e, portanto, nos quais o consumo deveria ser reduzido, enquanto a tarifa branca busca alterar a curva diária. Não há indícios de que tenham funcionado para os fins que foram criados”, ressalta no artigo.

O executivo vê a tecnologia como forma de possibilitar uma maior resposta na curva de demanda de energia dos consumidores, de forma que os equipamentos inteligentes tomem as decisões de mudanças de consumo. Um exemplo é justamente a instalação de bancos de baterias, que seriam carregadas nos horários de menor preço.

“A boa notícia é que esses sistemas estão cada vez mais competitivos: segundo dados da Bloomberg New Energy Finance, os custos das baterias já caíram 87% nos últimos dez anos e segundo o National Renewable Energy Laboratory dos EUA, a expectativa é que sigam uma trajetória média de queda de 8,4% ao ano na próxima década”, assinalou o executivo.

Para Susteras, uma análise de custos mostra que, já em 2023, será economicamente atraente para um consumidor residencial instalar baterias nas áreas de concessão de diversas distribuidoras como a Cemar, Celpa e Enel RJ, com uma taxa de retorno de 10% ao ano. O investimento será atrativo para todo o país até o final da década.

“Como resultado dessa viabilidade, devemos começar a observar novos modelos de negócios surgirem no curto prazo para desenvolverem esse mercado. A expectativa é que a regulação setorial evolua no sentido de permitir processos de simplificação de conexão de sistemas de armazenamento à rede”, expressou o executivo.

“Os instrumentos regulatórios também precisam ser eficazes para mitigar o risco de eventuais atitudes anticompeititvas de abuso de posição dominante de mercado pelas distribuidoras de energia, uma vez que essas empresas poderão ver seus mercados ameaçados pela tecnologia”, ressaltou.

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